IYAKEMI RECEBE MEDALHA 9 DE JULHO

Luiz Eduardo V. Berni

foto: Túlio Cézar

Salve Iya! Muitos de nós — talvez todos — somos, de alguma forma, filhos espirituais de Ronilda Iyakemi.

Dias atrás, Lara Brum, da FUNCADI, no contexto das comemorações do centenário de Diva Pinho e dos 14 anos da Casa da Cultura Carlos e Diva Pinho, concedeu à nossa amada Iyakemi a “Medalha 9 de Julho”.

Essa medalha, instituída para distinguir figuras que tenham prestado relevantes serviços à cultura, às causas humanitárias e às ações sociais, foi cunhada a partir do quadro 9 de Julho, pintado por Diva Pinho, o que reforça ainda mais o seu simbolismo.

Portanto, tratou-se de uma honraria de caráter revolucionário oferecida a uma pessoa igualmente revolucionária.

Roni é uma articuladora entre mundos como poucos o são. A branca-preta, transita com naturalidade entre os universos epistemológicos do Norte Ocidental, crítico e excludente e do Sul Oriental empático e acolhedor, fazendo da travessia um gesto de generosidade intelectual e afetiva, como poucos o fazem.

É como se fosse uma dança: ela toma sua mão, conduz um rodopio e, de súbito, você se vê orientado na direção certa, seguindo com alegria.

E, quando você se detém para refletir sobre sua trajetória, imaginando que a grandeza conquistada lhe pertence por completo, percebe que, naquele rodopio, alguém sussurrou em seu ouvido palavras perfumadas. No movimento, seus ouvidos se tornaram dóceis, receptivos — e você seguiu sem sequer perceber. Assim é Roni: presença que guia com delicadeza e profundidade.

Sinto-me profundamente honrado por ser seu discípulo e seu amigo.

Brindemos, pois, de modo decolonial, com a nossa melhor cachaça, nossa amaga Iya... (Essa história da Kemi... é um problema que vou levar para o divã).

Um beijão sempre agradecido, digna mestre!